No outro dia, eu estava a fazer um serviço e, de alguma forma, acabámos por começar a fazer uma limpeza num jardim.
Estávamos a limpar, e o homem comentou:
“É incrível como essas ervas daninhas conseguem crescer tão rápido, sem nenhum cuidado, enquanto as plantas que nós queremos que cresçam precisam ser regadas, limpas e cuidadas para poderem florescer.”
E eu pensei: “Interessante… não é o mesmo na vida?”
Que temos de trabalhar duro e dedicar-nos para conseguirmos algo de valor?
Que tudo o que vem fácil, normalmente, não vale a pena ou até pode ser prejudicial?
Que tudo o que consumimos de graça por aí — em termos de música, entretenimento, redes sociais — funciona como ervas daninhas para a nossa mente?
Que todas as coisas prazerosas podem trazer felicidade a curto prazo, mas, a longo prazo, apenas causam sofrimento? Enquanto as coisas que custam a cultivar, no início, trazem felicidade duradoura mais à frente?
Ao refletir sobre tudo isso, lembrei-me de uma frase do Paulo Coelho no livro O Alquimista, que diz:
“Tudo é uma coisa só.”
A natureza, a humanidade, o universo — tudo funciona da mesma forma e segundo as mesmas leis, porque tudo foi criado pela mesma mão.
A natureza ensina. Ou você é inteligente o suficiente para aprender com ela.
Você pode aprender sobre a humanidade com a natureza.
Pode aprender sobre o universo com a humanidade.
Pode aprender sobre a natureza com o universo.
Tudo está conectado.
“O que está em cima é como o que está em baixo; o que está dentro é como o que está fora.”
E, quando você começa a ver a vida por essa perspetiva, tudo muda.
No princípio, só existiam o homem, a natureza e o universo — e tudo que existe hoje foi criado com base nessas três coisas.
Acredito que, quando Salomão disse “nada há de novo debaixo do sol”, era isso que ele queria dizer.
Podem existir inúmeras tecnologias e invenções, mas nada disso é completamente novo — tudo é baseado no que já existia, ou foi inspirado pela natureza, pela humanidade ou pelo universo.
O que chamamos de “evolução” é, na verdade, uma nova forma de interagir com essas três fontes. Mas não é algo realmente novo.
Um exemplo: no Japão, quando inventaram o trem-bala, o comboio mais rápido do mundo, havia um problema. Ao entrar em túneis, o ar acumulava tanta pressão que causava impactos desconfortáveis em quem estivesse nas estações.
Um dos engenheiros era um amante de pássaros. Um dia, enquanto observava uma ave que mergulhava para caçar peixes, ficou impressionado com a forma como ela penetrava na água com precisão, sem causar turbulência.
A resposta estava no formato do bico: comprido e pontiagudo, que permitia cortar o ar e a água com mínima resistência. Inspirado nisso, eles redesenharam a parte frontal do trem — e assim nasceu o trem-bala com a frente semelhante ao bico de um pássaro.
A medicina evoluiu porque passámos a compreender melhor o corpo humano e a explorar a natureza.
Mas nada disso é novo. O corpo humano e a natureza já existiam desde o princípio.
Deus deu-nos essas três bases — natureza, humanidade e universo — e tudo o que fazemos gira à volta delas.
Não importa o quão longe pensamos que a humanidade está a avançar ou evoluir…
sempre voltamos à mesma origem.
É impossível imaginar o impossível, porque o impossível é tudo aquilo que não nos foi dado por Deus — é a nossa própria limitação.
Todas as ideias, imaginações e pensamentos que a nossa mente consegue produzir estão baseados em algo que já existiu.
Sem querer, acabámos por entrar num lado mais filosófico e existencial da questão — mas isso só reforça o meu ponto:
é possível aprender sobre qualquer coisa utilizando como base a humanidade, a natureza e o universo.
Neste texto, falámos sobre filosofia, ciência, religião, tecnologia — e tudo partiu da natureza.
Não importa os nomes diferentes que damos às coisas.
Tudo vem da mesma origem. E são apenas ramificações do que sempre existiu.