Os vencedores e os perdedores passam pelo mesmo fundo do poço.
A diferença é que os vencedores conseguem sair de lá e alcançar grandes feitos, que muitas vezes são registados na história da humanidade.
Você já sentiu que está em desvantagem? Que não foi abençoado geneticamente, financeira, socialmente ou em outras áreas da vida?
Que outras pessoas têm melhores famílias, melhores relacionamentos, melhores condições financeiras etc.? Que nasceu sem nenhuma vantagem e, às vezes, até parece que é azar ou maldição?
Eis um fato interessante: todos os que conseguiram deixar a sua marca na história passaram por esse exato momento — com os mesmos pensamentos e as mesmas desvantagens.
Eis outro fato interessante: a maioria das pessoas que vivem (ou viveram) nas classes mais baixas da sociedade, com piores condições, e que acabaram se tornando alcoólatras ou viciadas em drogas, também passaram por esse mesmo ponto — com os mesmos pensamentos e as mesmas desvantagens.
Agora, qual é a diferença entre os que conseguem ascender do fundo do poço até o topo da montanha e os que permanecem no fundo do poço pelo resto da vida? Deus? Destino? Sorte? Mérito próprio?
Quero que faça uma breve pesquisa: pense em sete figuras históricas ou atuais que admira muito. Depois, vá a um motor de busca e pesquise o “antes e depois” dessas pessoas. Elon Musk, Steve Jobs, Abraham Lincoln… Se a figura for muito antiga, como Napoleão Bonaparte, pode encontrar relatos escritos sobre a sua história.
Gosto sempre de mencionar a Bíblia, pois é um dos maiores livros de história. Quase todas as figuras marcantes nela — escolhidas por Deus — eram, em algum momento, de origens humildes ou estavam em situações que poderiam perfeitamente ser comparadas ao fundo do poço (Moisés, Jesus, Davi).
E todos os que não nasceram em desvantagem, ou que não vieram de famílias desfavorecidas, se escolhidos por Deus, primeiro foram levados ao fundo do poço ou a uma situação dolorosa — para, então, ascenderem e tornarem-se importantes.
E por que isso acontece? Qual é o fenómeno por trás disso?
Muitas pessoas chamam de “a jornada do herói”. É por isso que a maioria dos filmes segue quase sempre a mesma estrutura: alguém que não era bom o suficiente, mas que acaba por se tornar um herói.
E eu gosto muito dessa analogia porque, muitas vezes, os vilões também têm o mesmo começo — mas acabam por seguir um caminho completamente oposto ao do herói.
Isso nos leva de volta ao meu ponto inicial: pessoas que hoje ocupam o ponto mais alto e o ponto mais baixo da sociedade, em algum momento, estiveram no mesmo lugar — com os mesmos pensamentos, as mesmas desvantagens e as mesmas dificuldades.
No seu livro Dar e Receber, Adam Grant explora muito bem esse conceito. Não exatamente em termos de desvantagens sociais, mas em termos psicológicos — ao falar sobre três perfis: doadores, compensadores e tomadores.
Nesse livro, ele explica por que, geralmente, as pessoas bem-sucedidas são doadoras — assim como muitas pessoas em posições sociais desfavorecidas também o são.
Adam faz uma análise muito clara sobre a diferença entre os doadores que conseguem ser bem-sucedidos e os que não conseguem.
Embora aqui não estejamos a falar exatamente de “doadores” e “tomadores”, podemos perfeitamente traçar uma correlação com o tema.
Todo mundo consegue imaginar o perfil psicológico de uma pessoa doadora: aquela pessoa “boazinha”, que gosta de ajudar, que se sacrifica para ver os outros bem.
E, da mesma forma, o perfil de um tomador: alguém egoísta, que só pensa em si, que explora e engana os outros para se beneficiar.
De forma geral, a sociedade costuma pensar que todas as pessoas bem-sucedidas são tomadoras — pessoas más, egoístas e calculistas. Algumas são, sim. Mas Adam Grant prova que, na maioria das vezes, os verdadeiros bem-sucedidos são, na verdade, aqueles que se sacrificam pelos outros — mas com um certo grau de interesse próprio bem equilibrado.
Vamos agora falar sobre os principais fatores que diferenciam aqueles que permanecem no fundo do poço e aqueles que ascendem ao topo da montanha, sendo vistos por muitos como heróis.
1 – Mentalidade
O primeiro fator é a mentalidade (mindset, em inglês). A maior parte da nossa vida será determinada pela forma como pensamos, ou seja, pela maneira como programamos a nossa mente para produzir pensamentos e ideias — positivas ou negativas.
Se você está no fundo do poço e, de alguma forma, acredita que vai ficar lá para sempre, é exatamente isso que vai acontecer.
Se você pensa que nasceu amaldiçoado, com azar, e que está destinado a ocupar o ponto mais baixo da sociedade, que não nasceu para realizar grandes feitos — tudo isso acabará por se concretizar. Pode ser que nada disso seja verdade, mas o simples fato de você acreditar que é, faz com que se torne verdade.
Uma vez ouvi uma frase que dizia: “A mente pode criar um inferno no céu ou um céu no inferno”, e isso está absolutamente certo. O que você tem na mente é muito mais importante do que aquilo que possui materialmente.
E o contrário também é verdadeiro: você pode estar na pior situação possível, no fundo do poço, sem saber o que fazer — mas se, dentro de você, existir otimismo, esperança, vontade, sonho e o desejo de sair de lá, então você vai sair.
“As pessoas que acreditam que podem conseguir, e as que acreditam que não podem, estão ambas certas.”
Mas somente pensar, sonhar e desejar não é o suficiente — é apenas uma parte do processo.
2 – Deus
Você precisa de Deus. Acredito que toda forma de positividade, otimismo e esperança vem Dele. É difícil manter pensamentos positivos quando não se tem Deus, porque Ele é a luz — e, no fundo do poço, a única forma de acreditar que um dia vai sair de lá é se conseguir ver alguma luz.
E com Deus, sempre existe uma luz — que vai guiar-te por caminhos certos ou errados, mas todos eles contribuirão para que, de alguma forma, chegue onde deseja.
Por que eu disse “caminhos certos ou errados”? Porque muitas pessoas pensam que ter Deus é viver somente em paz, como se fosse caminhar sobre um mar calmo. Mas, muitas vezes, é exatamente o oposto.
Deus pode deixar-te seguir pelo caminho errado, enfrentar mares agitados — porque Ele sabe que, ao sair de lá, você será uma pessoa melhor: mais forte, mais sábia, mais resiliente. Esse é o caminho de Deus.
3 – Ação
A armadilha que muitas pessoas caem é a de esperar que algo mágico aconteça, sem fazer absolutamente nada.
Ter pensamentos positivos é importante. Ser otimista é importante. Ter Deus e confiar na Sua luz é essencial. Mas você precisa se levantar e escalar.
A maioria das pessoas que permanece no fundo do poço falha neste último passo. Elas até têm uma mentalidade positiva. Acreditam sinceramente que podem sair de lá — e isso é verdade. Elas até enxergam a luz de Deus e confiam que Ele tem um plano — e isso também é verdade.
Mas ainda assim… não agem. Ficar somente desejando não vai levar-te, magicamente, ao topo da montanha. Orar para que Deus te ajude, e depois sentar-se e esperar, não é suficiente.
E isso não é apenas a minha opinião — são palavras do próprio Deus. Ele mesmo disse: “Põe a mão, que Eu vos ajudarei.”
Você precisa Dele para ter sabedoria, direção e força, mas Ele não fará o trabalho por você. Ele foi muito claro em Gênesis:
“Do suor do teu rosto comerás” — ou seja, você terá que se mover, gastar energia, agir.
A partir do momento em que você consegue colocar essas três forças a seu favor Uma mente positiva e otimista, Uma crença inabalável na luz e no plano de Deus, E a capacidade de agir com coragem e direção — ninguém consegue te parar. Nem mesmo Deus. Porque Ele também estará contigo, ajudando e torcendo pela sua vitória.