Ultimamente eu tenho tentado melhorar a minha capacidade de escrita, por isso eu escrevo sobre ideias, coisas que acontecem na minha vida e coisas interessantes que leio em livros.
Eu não mostro os meus textos a quase ninguém, quer dizer, eu tenho blog público, mas ninguém vai lá, então vem dá no mesmo.
Eu podia partilhar nas minhas redes sociais, quem sabe algumas pessoas se interessem pelo o que eu escrevo, mas a verdade é que eu não me sinto preparado, e também eu não escrevo de uma forma profissional, é mais uma forma de treino.
Na semana passada eu estava a conversar com a minha amiga, e tocamos em um assunto que envolvia um tema que eu escrevi, então decidi partilhar uma parte com ela.
Depois de ler, ela disse que queria um livro meu autografado, que a minha escrita era muito boa. Eu pensei que ela estava sendo sarcástica, porque todo mundo sabe como são os amigos próximos, não levam nada a sério.
Mas depois ela disse que estava a falar sério, e que eu devia continuar a escrever.
Eu pensei nisso por um tempo, mas depois eu acabei por esquecer.
Eu costumo conversar ocasionalmente com uma miúda aqui na residência, nós não somos amigos, mas às vezes temos conversas bastante interessantes. Ela é uma pessoa muito aberta, sabe conversar, e tem boa energia.
Hoje eu decidi lhe mostrar uma das minhas obras porque queria uma avaliação da escrita em termo de clareza e compreensão.
Depois de terminar de ler, eu lhe perguntei qual era a opinião dela em relação ao texto. Ela disse que estava perfeitamente claro e compreensível, e ela até tinha algumas dúvidas sobre o tema e queria que eu lhe explicasse melhor.
Mas depois ela disse uma coisa que despertou minha atenção. Ela disse o seguinte: “Eu não sou uma pessoa que gosta de ler, mas o teu texto da vontade de continuar a ler sem parar”
Isso para mim foi mais do que um elogio. Talvez ela só estava a ser simpática, nunca se sabe, mas o que ela disse foi muito específico, e uma pessoa quando está a tentar ser simpática, não é assim tão específica.
As duas pessoas que eu mostrei os meus textos, vêm futuro na minha carreira como escritor, então comecei a pensar “E se eu nasci para ser escritor?”
Quando eu estudava décimo primeiro ano, a minha professora de português falou em frente à turma que eu não sabia escrever.
Eu já não me lembro detalhadamente porque ela disse isso, mas eu acho que é porque a turma toda teve má nota no teste, inclusive eu, e no momento da correção eu não estava a prestar atenção.
Não era somente eu que não estava a prestar atenção, mas ela acabou por descontar toda raiva em minha cima, ela falou de uma forma agressiva com objetivo de me ofender.
Uma coisa era verdade, eu não sabia escrever. Ainda hoje não sei escrever, eu cometo muitos erros ortográficos e como palavras. Este texto só não tem erro ortográfico porque estou a escrever no computador, que faz correção automaticamente.
Eu não sabia escrever, e ela sabia disso a muito tempo, mas ela nunca teve uma conversa comigo sobre isso. Falar isso em frente a turma com objetivo de me humilhar não é a coisa mais sensata a se fazer.
Os meus colegas reparam a forma que ela falou comigo, e queixaram-se.
Durante cerca de duas horas eu fiquei com muita raiva, mas depois eu percebi que ela estava certa, ela não podia dizer isso da forma que disse em frente a turma, mas isso não muda o fato de que eu não sabia escrever. Eu aceitei e segui em frente.
Porquê que estou a contar essa história? No momento que por algum instante eu comecei a pensar que o meu destino é ser escritor, eu lembrei dessa história, como forma de comprovar a minha natativa.
As grandes histórias do mundo acontecem com a reviravolta, quando ninguém acredita no inicio, quando você é subestimado, quando tem tudo para dar errado, mas no final dá tudo certo.
E eu comecei a pensar, e se for esse o caso? de uma pessoa que não sabia escrever e foi humilhado pela professora de português no secundário, para um autor do livro Best seller (ok talvez estou a exagerar um pouco haha).
Uma coisa é certa, não é impossível! Eu acredito que se eu me dedicar completamente a escrita eu consigo ser um grande escritor, o problema é que eu não sei se este é o caminho que eu quero seguir.
Eu estou em uma fase em que eu acredito que posso ser o que eu quiser. Eu posso ser bom em tudo que eu decidi dar cem por cento da minha atenção. Eu acredito nisso genuinamente.
Quem sabe um dia eu acabo por descobrir que a minha verdadeira paixão é escrever, e nesse dia eu começo a levar a escrita mais a sério e de uma forma profissional.
Até lá, eu vou continuar a escrever para, expressar as minhas ideias e partilhar as minhas experiências.